Artista: Whitney
Gênero: Folk, Indie Pop, Alternative
Acesso: http://www.whitneytheband.com/
Versos tristes, declarações de amor e melodias que chegam até o ouvinte com extrema delicadeza. Em Light Upon The Lake (2016, Secretly Canadian), primeiro álbum de estúdio do coletivo norte-americano Whitney, Max Kakacek (ex-integrante do Smith Westerns) e o parceiro Julien Ehrlich (baterista do Unknown Mortal Orchestra) exploram sentimentos, histórias e confissões de forma sempre sensível, revelando ao público uma coleção de músicas essencialmente simples, mas que encantam pela composição agridoce de cada fragmento de voz.
Nascido das experiências e temas instrumentais anteriormente incorporados por cada integrante da banda – hoje completa com Josiah Marshall, Will Miller, Malcolm Brown, Print Chouteau e Charles Glanders – o álbum de apenas 10 faixas e exatos 30 minutos de duração parece flutuar entre diferentes cenários, décadas e referências musicais. Melodias aprazíveis, sempre acolhedoras, tão íntimas de veteranos que marcaram o folk psicodélico dos anos 1960/1970, como de nomes recentes, principalmente Girls, The Shins e Fleet Foxes.
A cada curva do álbum, um novo caso de amor é apresentado ao ouvinte. São histórias descritivas, como na inaugural No Woman (“Eu estive passando por uma mudança / Não poderia ter nenhuma certeza / Caminho por uma névoa / Eu não estou pronto para mudar”), ou mesmo faixas que detalham versos típicos de qualquer casal, conceito que move a pegajosa No Metter Where We Go (“Portanto, não se sinta solitária / Eu quero que você saiba / Posso levá-lo para para sair / Eu quero dirigir por aí / Com você, com as janelas abertas”).
Um conjunto de composições descomplicadas, acessíveis aos mais variados públicos, produto de ideias e sentimentos universais. “Nós não tivemos um fim, eu sei / Acho que devemos tentar de novo … Eu não consigo dormir sozinho quando você está na minha mente”, confessa Kakacek na delicada On My Own. Sétima faixa do disco, a canção de base acústica parece sintetizar grande parte dos tormentos que movem o disco. Os encontros e desencontros, idas e vindas de qualquer relacionamento fracassado.
Peça mais encantadora do disco, Golden Days é outra que parecer servir de base para grande parte das canções que preenchem o trabalho. Enquanto o septeto brinca com os instrumentos, reproduzindo um som ensolarado que vai do Country ao Indie Pop do começo dos anos 2000, nos versos, o eu lírico se afunda em um passado ainda recente. “É uma pena que não podemos ficar juntos agora”, despeja o vocalista enquanto um coro de vozes se espalha ao fundo da canção.
Da abertura do disco, em No Woman, passando por faixas como Polly, Red Moon ou mesmo a própria faixa-título, Kakacek e os parceiros de banda criam uma obra que pode facilmente ser absorvida por qualquer ouvinte. Mesmo a escolha da banda pela construção de músicas mais curtas, canções de apenas dois ou três minutos, se revela como um grande acerto para o disco. Nada de excessos. Vozes, instrumentos, versos e sentimentos, todos as peças do trabalho se agrupam com leveza, revelando uma obra que parece pronta para grudar na mente do ouvinte mesmo em uma rápida audição.
Light Upon the Lake (2016, Secretly Canadian)
Nota: 8.5
Para quem gosta de: The Shins, Fleet Foxes e Kevin Morby
Ouça: No Woman, Golden Days e No Metter Where We Go